A saúde mental no orçamento da saúde

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47208/sd.v29i1.3334

Palabras clave:

Saúde, Saúde mental, Política de drogas

Resumen

Esse artigo, partindo da inserção da política de saúde mental no plano orçamentário do Ministério da saúde (a partir de 2010), analisa a tendência assumida pela ação orçamentária entre 2010 e 2022, considerando o planejado e executado. Trata-se de pesquisa documental, recorrendo aos dados do Sistema Integrado de Orçamento e Planejamento do Governo Federal (SIOP). Para análise utilizamos a estatística descritiva. Identificamos que entre 2013 e 2017 houve ampliação de ações orçamentárias no orçamento do Ministério da Saúde, voltada para a saúde mental, específicas para o enfrentamento às drogas, o que possibilitou a implementação de novos dispositivos assistenciais na RAPS. Entretanto, a partir de 2018 identificamos a extinção de ações orçamentárias e, consequentemente a supressão de recursos destinados à saúde mental. Constatamos que a implantação de medidas de ajustes fiscais restritivas, impostas pelos governos neoliberais, provocou retrocesso na política de saúde mental que avançava na direção da Lei 10.216/2001.

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Biografía del autor/a

Edineia Figueira dos Anjos Oliveira, UFES

Graduada em Serviço Social, com mestrado, doutorado e Pos-doutorado em Política Social (Ufes). Pesquisadora do grupo de estudos Fênix.

Maria Lucia Teixeira Garcia, Federal University of Espírito Santo

Assistente Social, Mestre (Ufes) e Doutora em Psicologia Social (USP) e Pós-doutora em Política Social da Ufes. Docente do Departamento de Serviço Social e do Programa de Pós-Graduação em Política Social (Ufes). Pesquisadora do grupo de estudos Fênix (Ufes) e bolsista Pq2 do CNPq.

Citas

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Publicado

2023-04-30

Cómo citar

Figueira dos Anjos Oliveira, E., & Teixeira Garcia, M. L. (2023). A saúde mental no orçamento da saúde. Sociedade Em Debate, 29(1), 155-168. https://doi.org/10.47208/sd.v29i1.3334