Cultura, família e cuidado em saúde mental: relação de assistentes sociais com familiares no CAPS

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47208/sd.v26i3.2821

Palabras clave:

Saúde Mental, Relações Profissional-Família, Cultura, Serviço Social, Integralidade em Saúde.

Resumen

Este trabalho analisa como assistentes sociais na equipe de CAPS, mobilizam as famílias e suas culturas no cuidado em saúde mental. Pesquisa qualitativa, do tipo exploratória-descritiva. A coleta de dados aconteceu através de entrevista semiestruturada e observação do processo de trabalho assistentes sociais que trabalhavam junto aos familiares atendidos em CAPS de seis municípios de Santa Catarina. Os dados foram analisados através da análise de conteúdo. Como resultados constatamos que a cultura está presente na vida das famílias, é reconhecida a sua importância no processo de trabalho mas, se mantém no espaço do reconhecimento, pois, inserir a cultura familiar no cuidado em saúde mental ainda não é uma realidade. Na relação das assistentes sociais com familiares é latente a hipervalorização dos diagnósticos e da medicalização da vida. Favorecendo um cenário para as práticas manicomiais e ausência de um agir educativo-comunicativo, onde os preceitos da Reforma Psiquiátrica se fariam presentes.

 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Priscila Schacht Cardozo, Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESCUniversidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Doutoranda em Saúde Coletiva (UFSC), Mestra em Saúde Coletiva (UNESC), Graduação em Serviço Social (Uniasselvi) e Graduação em História (bacharel/licenciatura - UNESC). Pós graduada em Gestão em Saúde (UFSC), Pós Graduada em Educação, Diversidade e Redes de Proteção Social (UNESC - Bolsista UNIEDU) Pós Graduada em Impactos da Violência na Escola (FIOCRUZ) e Pós Graduada em Rede de Atenção à Pessoa Com Deficiência (CER/UNESC). Trabalhou como assistente social em órgãos governamentais e não governamentais, com experiência em habitação de interesse social, CRAS, CREAS, captação de recursos e elaboração/monitoramento de projetos sociais. Atualmente trabalha na Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, nos seguintes setores: CER II - Centro Especializado em Reabilitação, Secretaria de Diversidades e Políticas de Ações Afirmativas e como Coordenadora do Curso de Graduação em Serviço Social. Além disso atua como perita judicial nas comarcas de Criciúma e Forquilhinha. Integrante da ONG ACR - Anarquistas Contra o Racismo (desde 2004). Experiência em participação social, movimentos sociais. Áreas de interesse: saúde mental, direitos humanos, reabilitação psicossocial, relações étnico-raciais, branquitude, pessoa com deficiência, serviços socioassistenciais (CRAS, CREAS), rede intersetorial

Fabiane Ferraz, Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Maria (2003) com bolsa PIBIC/CNPq (2000-2003); mestrado (2005) e doutorado (2011) pelo Programa de Pós Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, com bolsa CNPq. Doutorado Sandwich junto a Universidad de Guadalajara (2010), com bolsa CNPq. Estágio pós-doutoral junto ao Grupo de Pesquisa em Educação em Enfermagem e Saúde (EDEN/PEN/UFSC), bolsista PNPD/CAPES (2012). Atualmente desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão junto a Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), no Curso de Graduação em Enfermagem. Docente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Mestrado Profissional) da UNESC. Tem experiência na área de Enfermagem e Saúde Coletiva, atuando principalmente nos seguintes temas: enfermagem e educação, educação continuada, educação permanente em saúde, educação em saúde, avaliação em saúde, avaliação em programas educacionais, tecnologia educacional, gestão e gerenciamento em enfermagem e saúde, saúde coletiva e pesquisa qualitativa em saúde.

Jacks Soratto, Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC 2005). Especialista em Desenvolvimento Gerencial de Unidades de Saúde do SUS (ESPSC 2008). Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS 2011). Doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC 2015). Doutorado sanduíche na Scientific Software Development Atlas.ti GmbH, Berlin, Alemanha. Realização de Estágio Pós-doutoral no Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFSC (2016). Professor do curso em enfermagem, medicina, residência multiprofissional em atenção básica/saúde da família, saúde coletiva e do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva [mestrado profissional] da UNESC. Membro do Grupo de Pesquisa Práxis (núcleo de estudos sobre trabalho, cidadania, saúde e enfermagem) da UFSC e do Grupo de Pesquisa em gestão do cuidado, integralidade e educação na saúde (GECIES) da UNESC.

Citas

ALVES, F. L.; MIOTO, R. C. T. O Familismo nos Serviços de Saúde: expressões em trajetórias assistenciais. Argumentum, v. 7, n. 2, p. 208-220, 2015.

AMARANTE, P. et al. A reforma psiquiátrica no SUS e a luta por uma sociedade sem manicômios. Ciência & Saúde Coletiva, 23(6):2067-2074, 2018.

AMARANTE, P. Loucos pela vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. 2ed. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 5ª reimpressão, 2010.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Brasília: 2004.

CARDOZO, P. S. et al. Agir educativo-comunicativo na relação de assistentes sociais com familiares e usuários: a integralidade no cuidado em saúde mental. Saúde e Sociedade, 2019; p.160-73.

FARIA, R. M, et al. Espaço, território e saúde: contribuições de Milton Santos para o tema da geografia da saúde no Brasil. Espaço Geográfico em Análise. Curitiba. 2009; 17:31-41.

FREIRE, P. Educação como prática de liberdade. 40ed. Rio de Janeiro. Paz e Terra; 2017.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 56ed. São Paulo: Paz e Terra; 2018.

GOMES, M.L.P, et al Escutando quem cuida: quando o cuidado afeta a saúde do cuidador em saúde mental. Revista Psicologia e Saúde. 2018; 10(1):3-17, 2018.

HABERMAS, J. Teoria do agir comunicativo: racionalidade da ação e racionalização social. v. I. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes; 2012.

LIMA, C. A. O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e a reinvenção do lugar de cuidado em saúde mental: contribuições e perspectivas para o serviço social. Dissertação. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2015. 132p.

MATOS, R.K.S, et al. Projeto Terapêutico Singular no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II). Revista Intercâmbio, 2017, IX: 111-30.

MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14ª ed. São Paulo: Hucitec; 2014.

MIOTO, R. C. Família, trabalho com famílias e Serviço Social. Serviço Social em Revista, v. 12, n. 2, p. 163-176, 2010.

MOTOOKA, F.R, et al Os processos de institucionalização da diferença versus o problema da identidade. Caderno PAIC. 2015; 16(1):555-570.

NETTO, J. P. O Movimento de Reconceituação: 40 anos depois. In: Revista Serviço Social e Sociedade. Nº 84 – ANO XXVI. São Paulo: Cortez, 2005.

NISIIDE, A.C.B. O protagonismo familiar de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município de Toledo – PR. Dissertação. Toledo: Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE; 2016. 222p.

PAIM, J. S. Reforma sanitária brasileira: contribuição para a compreensão e crítica. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2008.

PANOZZO, V. M. O trabalho dos assistentes sociais nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) da região metropolitana de Porto Alegre. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; 2009. 189p.

PINHEIRO, R. et al. Razões públicas para a integralidade em saúde: o cuidado como valor. In: Razões públicas para a integralidade em saúde: o cuidado como valor. 2007. p. 401-401.

SANTOS, Q. et al. Os serviços de saúde mental na reforma psiquiátrica brasileira sob a ótica familiar: uma revisão integrativa. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental: UFRJ: online, 2016.

SOUZA, Leidiany Melo; BRANDÃO, Viviane Bernadeth Gandra. Serviço Social e saúde mental: reflexões sobre a atuação do assistente social frente a pessoa com transtorno mental e sua família. Revista Serviço Social em Perspectiva, v. 3, n. 2, p. 99-112, 2019.

SCHRANK, G. et al. O centro de atenção psicossocial e as estratégias para inserção da família. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2008; 42(1):127-34.

SILVA, P. S. A intervenção do assistente social na Saúde Mental: A experiência dos Centros de Atenção Psicossocial-CAPS Juiz de Fora-MG. Dissertação Mestrado em Serviço Social, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2012

TUON, R. E. A. A inserção e atuação do assistente social nos Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas-Capsad. Dissertação Mestrado em Serviço Social, Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 2011.

Publicado

2020-12-15

Cómo citar

Cardozo, P. S., Ferraz, F., & Soratto, J. (2020). Cultura, família e cuidado em saúde mental: relação de assistentes sociais com familiares no CAPS. Sociedade Em Debate, 26(3), 236-250. https://doi.org/10.47208/sd.v26i3.2821