Acesso de imigrantes a serviços municipais socioassistenciais em fronteira internacional
DOI:
https://doi.org/10.47208/sd.v29i3.3404Palavras-chave:
Migração, Movimentos Migratórios, Assistência SocialResumo
O objetivo foi analisar aspectos da imigração e benefícios sociais solicitados e recebidos por imigrantes residentes em Foz do Iguaçu/PR. A pesquisa compreendeu dois momentos, um de abordagem quantitativa, desenvolvido a partir de dados de bancos de acesso público e informações fornecidas pela Secretaria de Assistência Social e Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e outro de abordagem qualitativa, a partir de entrevista com imigrantes usuários dos CRAS. Os dados quantitativos foram analisados de forma descritiva e os subjetivos submetidos a análise temática dialógica. A perspectiva crítica orientada pelo materialismo histórico-dialético se constituiu em referencial de análise. Os resultados revelaram imigrantes de 57 etnias registradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), especialmente paraguaios, venezuelanos, argentinos, colombianos e haitianos que migraram por questões econômicas, sociais, políticas, desemprego, desastres naturais e oportunidade de estudos. Em geral, desenvolvem atividades laborais inferiores à formação adquirida no país de origem, reconhecem a existência de preconceito em instituições e serviços públicos, foram acolhidos por rede de apoio constituída por imigrantes de mesma nacionalidade e instituições religiosas. Conclui-se que esta população deve ser objeto da política municipal de assistência social, com aperfeiçoamento dos registros que permitam conhecer a demanda e os serviços efetivamente utilizados.
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