JACOBINISMO COMTEANO E SEU DESDOBRAMENTO NA AÇÃO DOS POSITIVISTAS REPUBLICANOS NO BRASIL
Palavras-chave:
positivismo, social, progresso, ordem, moral, trabalhadores, subordinação, Revolução de 1848, sufrágio universal, solidariedade, direito, trabalho, reforma social, a questão social no Brasil imperialResumo
O acontecimento revolucionário de 1848 contribuiu para que Auguste Comte sistematizasse a filosofia positiva em uma doutrina social, destinada ao público muito especial, o "proletariado". Segundo Comte, esta era a única classe detendo, na modernidade, um caráter moral e intelectual suscetível de acolher o "verdadeiro sentido do espírito positivo" e de realizar as mudanças da "base temporal" da sociedade. A filosofia positivista, denominada por Comte como doutrina universal, originária da Revolução de 1789, anunciava o desígnio conservador da ciência social empenhada em fundir, numa mesma estrutura, a necessidade social da existência de uma hierarquia e a igualdade reivindicada pelo movimento democrático. Atento à influência das idéias socialistas no seio do movimento dos trabalhadores, Comte sugeriu a elaboração do Plano de novo governo revolucionário escrito por É. Littré, F. Magnin e P. Laffitte, em Paris, em agosto de 1848. No Plano, eles registravam os acontecimentos de 1848 sob a ótica da intervenção positivista no campo das reformas sociais, preconizando a renovação da sociedade, mediante as regras de solidariedade que comandam a vida social para consolidar a nova ordem política, a Segunda República Francesa. Estas idéias comteanas dirigiram a ação dos positivistas republicanos preocupados com a questão social no Brasil imperial.