A Produção do Espaço Abandonado
Palavras-chave:
arquitetura, representação, pós-estruturalismo, desconstruçãoResumo
Pensamos as arquiteturas do abandono a partir de espaços agenciados por sujeitos excluídos de uma arquitetura dita acadêmica, mas incluídos na vida da pólis. Entramos numa zona indistinta, onde interno e externo, público e privado, bios e zoé, se esfumam. Descobrimos que o abandonado é aquele colocado liberado ou desregrado. Arquiteturas são políticas, as arquiteturas do abandono são regidas por leis que não prescrevem, não são receitas. Projetar espaços para esses grupos é se entregar ao bando, é colocar-se no mundo, representar-se. É preciso que a universidade se pergunte a quem representa? E com isso volte seu olhar para a periferia que a rodeia, não seja apenas uma máquina de fragmentos, de retalhos. Ler a cidade a partir de suas arquiteturas do abandono é olhar a vida nua e o poder soberano unidos em uma só representação. É a representação do múltiplo, das multidões, não das minorias, das exceções.