Política de Colonização em São Paulo (1890-1945) Núcleos Coloniais e Áreas de Colonização: subsídios à grande propriedade
Palavras-chave:
colonização oficial, cafeicultura, bananicultura, imigração, São Paulo (Estado)Resumo
A política de colonização, efetivada pelo governo paulista a partir do advento da República, teve como norte a fundação de Núcleos Coloniais e Áreas de Colonização em várias regiões do Estado. Instalados em áreas onde se desenvolveram culturas voltadas para a exportação como a cafeicultura e a bananicultura, os pequenos produtores, foram subalternizados aos interesses dos grandes produtores. No plano do discurso oficial, Núcleos Coloniais e Áreas de Colonização apresentavam-se como possibilidade concreta de fomento à pequena propriedade; entretanto, revelaram-se, na maioria dos casos, como reserva de mão-de-obra ou como frente pioneira para posterior expansão de culturas de exportação. A política de colonização constituiu-se num dos instrumentos da gestão conservadora sobre o território na medida em que manteve intocada, em grande medida, a estrutura do latifúndio e os interesses agro-exportadores. A reflexão sobre este tema expressa um dos muitos impasses da atual realidade fundiária do Estado de São Paulo e pode elucidar elementos para a compreensão dos dilemas dos movimentos sociais no campo.