Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a criação de alternativas de produção frente ao agronegócio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47208/sd.v29i1.3340

Palavras-chave:

Neoliberalismo, Agronegócio, Questão agrária, Alternativas, MST

Resumo

Este artigo tem como objetivo apresentar a forma como Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem se organizado e atuado para criar alternativas de produção que se contraponham ao modelo do agronegócio, aqui entendido como expressão do neoliberalismo no campo. A partir de uma revisão bibliográfica demonstramos como o neoliberalismo em sua face mais atual intensifica as relações sociais de produção do campo, caracterizadas pela concentração de terras e pela desigualdade social, modificando inclusive essas características, as tornando mais intensas e, por sua vez, mais funcionais ao capital. Demonstramos, assim, que a construção de alternativas de produção, comercialização e financiamento, exemplificadas por algumas experiências que vêm sendo colocadas em prática por camponeses organizados no MST nos últimos anos, são fundamentais para a permanência do campesinato de forma digna, no campo.

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Biografia do Autor

Maísa Maria Baptista Prates do Amaral, Universidade Federal dos Espírito Santo/ Doutoranda em Políticas Sociais

Graduada em História pela Universidade Federal do Espírito Santo, Mestre em Política Social e Doutoranda em Política Social pelo Programa de Pós-Graduação em Política Social da Universidade Federal do Espírito Santo, atualmente em doutorado sanduíche na Lingnan University, em Hong Kong.

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Publicado

2023-04-30

Como Citar

Maria Baptista Prates do Amaral, M. (2023). Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a criação de alternativas de produção frente ao agronegócio. Sociedade Em Debate, 29(1), 125-138. https://doi.org/10.47208/sd.v29i1.3340